Mestre ChenZishan – Wudang kung fu. Bem vindo ao Wudang no Brasil. Wudang kung fu. Wudang Taiji. Wudang Qigong.

Mestre ChenZishan

Leandro Molina Simon

Leandro Molina Simon (ChenZishan) é a 16.ª Geração de Mestres da linhagem Wudang Sanfeng pai é o 1º ocidental a se tornar discípulo 16ª no mundo. Teve seus treinamentos, tanto teórico, quanto físico e técnico, direto com o seu Mestre ChenShixing, 15ª Geração de Mestres da linhagem Wudang Sanfeng pai. Mas antes de continuar essas historia, vamos ao princípio de tudo.

Em 22 de agosto de 1979, às 15h00min, uma mulher dava à luz em casa e bem no horário em que seu marido estava chegando do trabalho quando estava descendo da garagem escuta sua esposa chorando e fazendo força e pedindo ajuda, foi aí que ele se deparou com os pés da criança saindo ao invés da cabeça. O homem trêmulo e desesperado, sem saber o que teria que fazer, um dos vizinhos ouviu o pedido de socorro e chamou uma ambulância que chegou no momento que a criança já havia nascido, mas ainda estava com o cordão umbilical ligado a sua mãe. Os profissionais cortaram o umbilical e encaminharam mãe e bebê ao hospital. Quando seus pais o viram novamente, após estar no hospital, limpinho e pronto para receber o calor deles. Olham para o menino, se olham e decidem que aquele pequeno guerreiro iria se chamar Leandro (Homem leão).

Desse dia em diante se inicia uma história de um pequeno guerreiro e futuro Mestre, que desde seus primeiros passos já foram voltados aos filmes de ação com artes marciais como Bruce Lee, Chuck Norris e Van Damme.

Suas brincadeiras sempre foram de lutas, utilizando cabo de panelas para servir como espadas e cabo de vassoura como bastão. Mas seu primeiro contato com uma arte marcial foi na pré-escola no Judô com 5 (cinco) anos, ele era um ótimo aluno, mas além de dar as quedas ele gostava de chutes, socos, acrobacias e armas marciais. Foi então que aos 9 anos iniciou prática do Kung fu e desde então nunca mais interrompeu sua busca.

Praticou kung fu, louva-deus, tigre, serpente, garra de águia, Wing Chun, Wushu olímpico e Sanshou, por muitos anos, também praticou outras modalidades de artes marciais como Full contact, Kick boxing, Muay thai, jiu-jitsu, capoeira, Taekwondo e Kendo. Sempre esteve em campeonatos e sempre obteve ótimos resultados. Foi Penta Campeão Paulista de kung fu de 1998 a 2003, Penta Campeão Brasileiro de Kung fu 1998 à 2003, campeão pan americano em 2001, Campeão no Mundialito em 2002 no RJ, Campeão Mundial em 2003 SP, Campeão Brasileiro 2009, campeão sul-americano 2011 Lima-Peru e Campeão Mundial 2011 Lima-Peru.

Em 1999 ministrou sua primeira aula como instrutor e faixa preta 1ºdan do estilo Garra de águia na academia de seu Mestre na época. E então viu que seu sonho estava apenas começando e que era tudo muito difícil e que tinha que ser paciente e humilde para assim galgar um a um os degraus do conhecimento. Mas além de hábil, aprendia e desenvolvia tudo com a maior maestria, aonde encontrava dificuldade ele persistia e insistia até conseguir. Persistência e concentração ele sempre teve com tudo que fazia, nos estudos, desenhos, pinturas, trabalhos, treinos, campeonatos.

Mas nunca estava realizado, sabia que existia algo a mais, além de só, praticar técnicas e luta esportivas. Foi então que começou por si a estudar os movimentos das técnicas que sabia, chamadas na época de Kati. Em 2001 ele entrou fazer parte de uma equipe de demonstração de kung fu em São Paulo. Em uma dessas idas ao ano de 2002 para práticas aos finais de semana, teve que passar no bairro da Liberdade para comprar um facão por que o treino daquele final de semana seria com armas. Foi então que conheceu um senhor chinês no bairro da Liberdade que se chamava Ming, esse senhor simpatizou-se com o aquele jovem que foi em sua barraca comprar um facão e roupas chinesas. O senhor lhe perguntou se ele gostaria de aprender chinês, e em troca àquele jovem o ensinaria português. Sem pensar duas vezes, aquele jovem aceitou a proposta, então combinaram no dia seguinte um domingo depois que fechassem as lojas do bairro. Ao se encontrarem no dia seguinte saíram andando com um pequeno caderno, cada um apontando objetos e falando em seu idioma e assim eles iam escrevendo um no caderno do outro. A amizade e a confiança entre os dois foram crescendo e o senhor Ming já estava conseguindo falar razoavelmente bem o português, mesmo por que vivenciava todos os dias, mas Leandro não falava nada além de “Olá” em chinês (nihao!).

O senhor Ming sem saber como recompensar Leandro que agora era seu amigo, ele quis corrigir seus movimentos de kung fu. Primeiro ele perguntou o que tipo de kungfu Leandro sabia. Foi então que Leandro disse que era garra de águia, então o Senhor Ming disse que iria atacar e que ele deveria se defender mostrando suas garras. O Senhor Ming atacou e Leandro ficou sem saber o que fazer.

Foi então que Ming achou muito estranho e pediu para que Leandro mostrasse seu alongamento fazendo aberturas. Ming vendo aquela situação disse que o kung fu dele era “patético” e que ele não sabia kung fu, que ele sabia “dançar bem” saiu rindo, foi tomar água e disse que iria ajudar a melhorar seu kung fu.

No início começou corrigindo suas aberturas e ensinado os princípios chineses da importância de se alongar e depois foi corrigindo o ele que já sabia de kung fu, o treinamento era árduo e todos os dias que praticava saia dolorido, muitas vezes pensando até em desistir, porque nos dias seguintes dos treinamentos aquele jovem que era campeão de muitos torneios mal conseguia se sentar, descer ou subir escadas. E pensava o tempo todo: “Treino desde criança e nunca senti algo assim, vou até o fim. Quero ver onde vou chegar”.

Estava todo final de semana em São Paulo, treinando arduamente com o senhor Ming, a essa altura ele já tinha desistido da equipe de demonstração onde fazia parte, dedicando toda sua energia nesta prática que até então não sabia o nome. Ming lhe mostrou e ensinou como teria que ser a flexibilidade de um bom praticante de kung fu e que junto lhe traria muita força. Os alongamentos era o início de tudo com o corpo ainda frio, depois praticavam o fortalecimento e somente depois iniciava-se a prática de técnicas. Ming também lhe ensinou baguazhang, Bajiquan, meditações, qigong, Tuifa e Taijiquan.

No ano de 2003 Leandro entrou para a faculdade de Educação física e como já trabalhava ensinando kung fu, suas aulas e seu desenvolvimento foi notável. Em 2004, Ming disse que iria voltar para China e que tudo que ele conhecia de já havia passado e que sua próxima etapa era ir até as Montanhas e continuar seu treinamento e aprendizado. Porem como Leandro estava no meio do seu curso de Educação física, resolveu não parar com os estudos, mas perguntou a Ming qual era o nome daquela arte marcial, Ming sem hesitar disse que o nome era Wudang das Montanhas Wudang. Foi a primeira vez que Leandro ouviu falar este nome.

Quando Leandro se formou no curso Educação Física pela faculdade Uirapuru em 2005, ele iniciou os estudos “mandarim”, idioma chinês, para ter acesso ao acervo oriental que Ming tinha lhe deixado e também se preparar para um dia viajar para as montanhas Wudang e desenvolver mais seu kung fu. Em 2007 entrou fazer uma pós-graduação em “Medicina Tradicional Chinesa” no CEATA, com incentivo de seu amigo Nagata e também mestre de karatê. No início do ano de 2008, Leandro com seu aluno Wushinlong, um taiwanês, começaram a enviar e-mail para um site de uma escola de kung fu das montanhas de Wudang, que Ming havia indicado. No início foi muito difícil eles não retornavam os e-mails, (nos e-mails falavam de um professor brasileiro que queria ir para as montanhas praticar kung fu e ser reconhecido por eles) até que um dia eles retornaram falando que não existia nenhum Mestre de Wudang residente no Brasil. Leandro e seu aluno mandaram outro e-mail falando que talvez a pessoa que o ensinou não fosse Mestre, apenas sabia um pouco e que o nome dele era Ming. Ele respondera Ming que era um sobrenome muito comum. Foi então que as coisas começaram a ficar difíceis por que estava começando parecer que era mentira do tal do Ming.

Porem receberão alguns dias depois um e-mail pedindo vídeos de habilidades marciais das técnicas e dos alongamentos de Wudang como: cabeça no pé, aberturas, taiji, bagua… Leandro tratou imediatamente de filmar as técnicas pedidas e enviou. Demorou uma semana para retornarem o e-mail, e quando retornaram eles responderam que ele poderia ir até as Montanhas que suas técnicas são ótimas! Foi então que Leandro teve que interromper a sua pós-graduação e viajar em outubro de 2008 para China. Esse convite foi recebido por Leandro em junho de 2008, com grande alegria e, ao mesmo tempo, aquele frio na barriga, pois tinha apenas poucos meses para se preparar ainda mais. Leandro treinava intensamente seu corpo, mente e alma, treinando de 8h e muitas vezes chegando até 10 horas todos os dias, sem nenhum dia de descanso, incluindo: força, flexibilidade, acrobacias, lutas, qigong pesado, meditação e armas marciais tradicionais. À vontade e o desejo de vencer é tanto que ele só se importava em ser cada vez o melhor que ele mesmo.

Este trabalho de preparação não foi pensando, pois ele não sabia que viria pela frente nas Montanhas Wudang – China.

Com o convite em mãos foi dar entrada no visto e comprar as passagens, e tudo estava pronto para viagem. Embarcou no dia de 16 de outubro de 2008, sendo que essa foi sua primeira viagem de avião e de primeira encarou longas 27 horas de voo. Chegando à China ele teve que pegar mais um avião que duraram 4 horas até o aeroporto de Xianfan, onde tinha uma pessoa da montanha lhe esperando, depois seguiu de carro até as montanhas por 5 horas.

Todos os mestres escolhem seus discípulos com a base de “Wude”. Foi então que ao final daqueles dias Simon ficou sabendo que ele tinha sido escolhido como Mestre 16º geração da linhagem Sanfeng pai e que seu de geração era Chen Zishan.

Shifu ChenZishan (L.M.S.) aprendeu, desenvolveu e aperfeiçoou inúmeras técnicas com o seu Mestre ChenShixing sendo: Baguazhang, Xingyiquan, Taiyiquan, Taijiquan entre outras.

Shifu ChenZishan é o único representante oficial de Wudang Sanfeng no Brasil e America Latina. Reconhecido pelos Mestres da montanha de Wudang na China e por vários países.

Em 2009 fundou a Federação Brasileira de Artes Marciais Wudang Sanfeng com o intuito de difundir e tornar a arte marcial de Wudang sem que essa perca sua essência, é presidente e responsável por organizar e ministrar exames, cursos, workshops, campeonatos, etc.

2010 retornou a Wudang levando sete estudantes brasileiros que gostariam de vivenciar os treinamentos e conhecer a nascente das artes marciais internas de Wudang.

2011 viajou para Lima/Peru para ministrar cursos e participar do Campeonato sul-Americano e Mundial onde juntamente com mais 8 alunos conquistaram o título de Campeão sul-Americano e Mundial.

2013 formou seus seis primeiros professores e faixas pretas, sendo 5 brasileiros e 1 chileno.

2013 esteve na China, nas montanhas de Wudang, para participar de um treinamento de aperfeiçoamento, onde também recebeu uma homenagem de honra pelo seu trabalho de transmissão das artes marcial taoista, sendo o único mestre da 16ª geração fora da montanha.

2015 viajou ao Chile para ministrar cursos, palestras e exames de graduações.

2016, retornou a China para estudar o taoismo, medicina chinesa e ministrar aulas e cursos como: Técnica de Espada, Taiyi Fuchen, Zuiquan e sistema de aula.

2017 viajou novamente ao Chile para ministrar workshop de norte a sul.

Setembro de 2017 inaugurou sua nova academia, sendo ela até então a maior academia de artes marciais Wudang fora da China e a única a ter um Templo.

2018 realizou o 5º cerimonia de discípulo 17º geração de sucessores, aplicou o exame de formação de professores de forma tradicional com duração de 2 dias.

2019 retornou as Montanhas e a escola do seu Mestre para mais um período de imersão de 3 meses e ao retornar trouxe consigo a esposa de seu Mestre, a Senhora Peng.

2020 está cheio de novidades e surpresas, a ânsia e felicidade do Mestre ChenZishan em disseminar a arte marcial de Wudang em sua essência faz com que ele seja incansável, sendo assim podemos esperar várias coisas. Fiquem ligados nas nossas redes sociais.

Hoje Shifu Chen Zishan é presidente da FBAMW, ministra aulas, cursos de formação e workshops dentro e fora do país.